quinta-feira, 31 de maio de 2012

Programa Carbono Neutro


Programa Carbono Neutro

Por Thays Prado*
Desde sua fundação, a Natura tem por princípio minimizar os impactos ambientais que causa em suas operações e evolui constantemente nesse sentido. Com o intuito de contribuir para o controle do aquecimento global e das mudanças climáticas, de 2007 em diante, a empresa assumiu, voluntariamente, o compromisso de neutralizar 100% das emissões de gases de efeito estufa ocorridas em todas as etapas de sua cadeia produtiva.
A iniciativa, que ganhou o nome de Programa Carbono Neutro, se sustenta em três pilares fundamentais:
1. Inventário de Emissões;
2. Redução das Emissões;
3. Compensação.
Entenda melhor como funciona cada um deles:

1. Inventário de emissões

Para garantir que 100% das emissões sejam realmente neutralizadas, a Natura faz a medição de todas as emissões ocorridas dentro da empresa e também geradas pelos fornecedores de insumos e matérias-primas, pela empresa que imprime a Revista Natura, pelos fabricantes das caixas Natura que chegam para as consultoras, pelos fabricantes das embalagens dos produtos, pelas transportadoras que distribuem os produtos, pelo descarte de embalagens feito por consumidores, enfim, por todos os atores e setores que fazem parte de sua cadeia de produção. Para facilitar o cálculo, as emissões de todos os gases de efeito estufa são convertidas em emissões de carbono equivalente.

2. Redução de emissões

Depois de ter um mapa completo da quantidade de carbono emitida, a Natura divide esse total de emissões pela quantidade (em quilos) de produtos vendidos no ano e chega a um valor de carbono/Kg de produto. São as chamadas “emissões relativas”.
Com base nesse número, a empresa trabalha na pesquisa e no desenvolvimento de métodos, processos e tecnologias para reduzi-lo cada vez mais. Atualmente, o objetivo da Natura é fazer com que, em 2013, suas emissões relativas sejam 33% menores em relação às de 2006, ou seja, em 2013, a quantidade de carbono emitida por quilo de produto será 1/3 mais baixa do que aquela gerada há sete anos.

3. Compensação

Por mais que a Natura, ou qualquer outra empresa, aprimore seus processos e utilize as tecnologias verdes mais avançadas, emitir certa quantidade de carbono ainda é algo inevitável nos processos produtivos.
Por isso, todas as emissões que a Natura não consegue evitar são compensadas com a compra de créditos de carbono. Isso ocorre através do apoio a projetos que promovem a retirada de carbono da atmosfera, como é o caso das iniciativas de florestamento, de recuperação de áreas degradadas com floresta nativa ou de incentivo ao desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais; ou ainda a projetos que permitam que um processo industrial ou uma comunidade diminuam suas emissões de carbono, por exemplo, através da substituição de combustíveis não renováveis (como o carvão mineral e o óleo combustível) por fontes renováveis, são os chamados projetos energéticos.
Para selecionar projetos que sejam inovadores e tenham um perfil socioambiental, que garanta a geração de emprego e renda para a população local, a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais, a cada dois anos, a empresa lança um edital público. Nele, são escolhidos projetos que gerem créditos de carbono suficientes para compensar as emissões que serão geradas no biênio. Todos eles são acompanhados de perto pela Natura e passam, necessariamente, por uma auditoria externa, independente, que verifica e atesta se a iniciativa está, de fato, cumprindo seu plano de trabalho e gerando a redução de emissões.

Projetos em andamento

No total, a Natura já apoiou 15 projetos espalhados por grande parte dos estados brasileiros e 1 projeto na Colômbia. No interior de Minas Gerais, por exemplo, uma indústria de cerâmica, selecionada no edital do biênio 2009/2010, deixou de utilizar madeira proveniente do desmatamento de árvores nativas do Cerrado para aquecimento dos fornos na produção de tijolos e passou a utilizar fontes renováveis como serragem, cavaco e bagaço de cana, preservando o bioma e contribuindo para a reutilização de resíduos (veja foto 1, à esquerda). Um projeto semelhante acontece em Pernambuco, em que são utilizadas podas de árvores de caju e cascas de coco em substituição à lenha das árvores da Caatinga, que agora permanecem de pé.
Já no Recôncavo Baiano, a Natura apoia um projeto de substituição de fornos rudimentares, que expelem muita fumaça e são prejudiciais à saúde das famílias, por fornos mais eficientes que reduzem a quantidade de lenha necessária e a emissão de fumaça, evitando o desmatamento de espécies nativas da Mata Atlântica (foto 2).
O corredor ecológico entre dois parques, o Nacional de Emas, em Goiás, e o Estadual das Nascentes do Rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, também faz parte das regiões beneficiadas pelo edital do Programa Carbono Neutro. Serão quase 200 hectares de áreas degradadas recuperadas com espécies nativas, cujas mudas estão sendo cultivadas por comunidades de assentamentos rurais da região (foto 3). Outros 220 hectares estão sendo reflorestados no Mato Grosso, na bacia do rio Xingu, atualmente em risco, por conta do alto índice de degradação no local (foto 4).

Melhorias para o futuro

Entre os próximos passos que a Natura deseja avançar no Programa estão a garantia de que todos os estados brasileiros contenham projetos apoiados pela empresa e o desenvolvimento de projetos de compensação , em parceria com o Programa Amazônia, dentro das comunidades fornecedoras de ativos da biodiversidade brasileira, que poderão ter mais uma fonte de renda relacionada à preservação ambiental.
Para saber mais informações sobre o Programa Carbono Neutro, acesse: www.natura.net/carbononeutro
*Com informações de Keyvan Macedo, gerente de Sustentabilidade da Natura.

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